Miniaturas Romanticas
Book Excerpt
Lembra-te sempre da tua amiga, que, ao longe, vela por ti dia e noite.--Leonor.»
CARTA 3.^a
(De Mauricio a Leonor)
Paris, 1860.
«Não sei como communicar-te o temor violento, que se apoderou da minha debilitada existencia ao ler e reler a tua carta. Aquellas linhas, dictadas pela fatalidade poderosa do amor, e escriptas por tua angelica mão, que tantas vezes beijei com o anceio de largas esperanças no futuro, compungiram-me profundamente.
Justamente, quando o meu espirito allucinado procurava o calix da ventura para docemente o libar, veiu a desdita sentar-se ao lado, e involver-me no luto de medonha desesperança.
Meu Deus! meu Deus! Quanto a vida é cruel, sem uma esperança fagueira que nos alimente os sonhos radiosos do porvir! Quão duro é de tragar o absintho d'esta existencia ephemera!
Porque será que o espirito do homem é tão possante librando-se nos vô