Clepsydra
Clepsydra
Poêmas de Camillo Pessanha
Book Excerpt
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Se despedaçam,
No rio, os barcos.
Se despedaçam,
No rio, os barcos.
Fundas, soluçam
Caudaes de chôro...
Que ruinas, (ouçam)!
Se se debruçam,
Que sorvedouro!...
Trémulos astros...
Soidões lacustres...
--Lemes e mastros...
E os alabastros
Dos balaustres!
Urnas quebradas!
Blocos de gelo...
--Chorae arcadas,
Despedaçadas,
Do viôloncello.
AO LONGE OS BARCOS DE FLORES
Só, incessante, um som de flauta chora,
Viuva, gracil, na escuridão tranquilla,
--Perdida voz que de entre as maís se exila,
--Festões de som dissimulando a hora.
Na orgia, ao longe, que em clarões scintilla
E os labios, branca, do carmim desflora...
Só, incessante, um som de flauta chora,
Viuva, gracil, na escuridão tranquilla.
E a orchestra? E os beijos? Tudo a noite, fora,
Cauta, detem. Só modulada trila
A flauta
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